Resumo Relatório Gerencial BCIA11 03/2025

A cota patrimonial do BCIA apresentou alta de 4,1% em fevereiro, com desempenho superior ao índice de 79 bps. No ano, a cota patrimonial registra queda de 0,11%. A principal contribuição positiva para o desempenho superior do fundo em relação ao IFIX em fevereiro foi a seleção de fundos de CRIs e de galpões logísticos. A carteira do BCIA encerrou o mês com proporção de 51% em recebíveis imobiliários e 49% em FIIs de tijolo. Mantivemos a distribuição de R$ 0,84 por cota em fevereiro, equivalente a um retorno em dividendos anualizado de 12,7% aa. A cota de mercado do fundo (BCIA11) apresentou valorização de 7,0% no mês, acumulando queda de 1,7% no ano. Com a alta da cota de mercado do BCIA11 e dos fundos investidos em fevereiro, o duplo desconto do fundo foi reduzido para 25%, de 29% em jan/25, um patamar ainda elevado e atrativo.

Em fevereiro, o IFIX registrou seu primeiro mês de valorização após 5 meses de queda, desde set/24. A alta foi de 3,3%, e o índice acumula ligeira valorização de 0,17% em 2025. Essa alta está relacionada à melhora do cenário de juros, com fechamento das taxas de juros pré-fixadas futuras, e ao amplo espaço para valorização das cotas dos fundos imobiliários, devido ao deságio expressivo a que estão negociando em relação ao valor patrimonial (VP). Já os juros reais, expressos pela NTN-B (IPCA+) com vencimento em 2035, tiveram nova elevação para 7,8% em fevereiro (de 7,7% aa em janeiro). O retorno em dividendos do IFIX fechou o mês em 12,2% aa. Já o retorno de dividendos dos fundos de tijolo do IFIX ficou em 10,9% com um prêmio de risco de 3,1 p.p. para a NTN-B 2035, em linha com a média histórica de 3,1%.

As principais altas do IFIX no mês ocorreram nos segmentos de FOFs e fundos de CRIs. Os FOFs já estavam negociando com deságios relevantes há vários meses e, apesar dessa recuperação no mês, grande parte deles ainda segue negociando com descontos expressivos em relação ao VP. Já os fundos de CRIs reduziram parcialmente o deságio que vinham apresentando com as quedas sofridas desde o 4T24. Como comentamos em relatórios anteriores, os fundos de CRIs estavam oferecendo oportunidade de ganho de capital, pois esses fundos tem um caráter defensivo, já que seus rendimentos aumentam com a inflação e juros elevados. O fechamento das curvas de juros pré-fixadas propiciou que os rendimentos dos fundos de CRIs voltassem a ter um custo de oportunidade mais atraente.

A principal contribuição positiva para o resultado do fundo no mês foi a recuperação das cotas de fundos de CRIs que temos posição relevante, como CVBI, RBRY, RBRR, HGCR e KNHY. Além disso, também contribuiu a seleção de fundos de galpões, com a recuperação de fundos que temos posição, como LVBI e BRCO, e queda de fundos em que temos posição menor do que o índice, como o HGLG. Por outro lado, a principal contribuição negativa de nossa performance frente ao IFIX foi a baixa alocação em FOFs, que tiveram alta no mês. Em fev/25, a cota de mercado do BCIA11 apresentou valorização de 7,0%, desempenho superior ao IFIX. No ano, a cota acumula queda de 1,7%. Esses são retornos totais, que consideram tanto a valorização das cotas, quanto os rendimentos pagos. A liquidez média diária do BCIA11 ficou em R$ 310 mil em fevereiro.

A carteira do BCIA fechou o mês com a seguinte composição setorial: recebíveis imobiliários (51,1%), dos quais 46,6% em fundos de CRI e 4,5% em CRIs diretamente, lajes corporativas (21,4%), shopping centers (11,9%), galpões logísticos (7,3%), agências bancárias (3,0%), FOFs (2,9%), varejo (1,2%), educacional (1,0%) e misto (0,2%). A carteira encerrou o mês com proporção de 51% em recebíveis imobiliários e 49% em FIIs de tijolo. Entendemos que a carteira está equilibrada para o cenário atual. A parcela alocada em recebíveis pretende capturar o carrego dos dividendos mais elevados e promover proteção de capital; em alguns casos, ainda há possibilidade de ganho de capital devido aos descontos que estão negociando em relação ao VP. Já a parcela alocada em fundos de tijolo visa o ganho de capital, dados os fortes descontos com os quais continuam negociando. Não realizamos vendas relevantes no mês.

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